"A sombra dessa mulher escureceu seu amor"

Com 30 minutos iniciais construindo uma paixão, o restante do filme a destrói, com reflexos do passado minando a vida da protagonista, que de tão ofuscada pela tal Rebecca, nem sequer é chamada pelo próprio nome ao longo da película. É brilhante a atuação da governanta, que despreza, julga e rejeita a nova noiva por ela não substituir à altura a "perfeita" Rebecca, essa que aliás nunca teve seu rosto mostrado mas sempre teve sua presença sentida.

Com o desenrolar brilhante de um perturbado marido, a história nos leva até um plot twist magnífico plantado literalmente desde a primeira cena, mas as surpresas não param aí, pois o diretor convida o espectador a pensar em algo apenas para mostrar o verdadeiro caminho que ele quer te levar. Há um impactante fim em um filme brilhantemente executado, onde você se divide entre torcer para a verdade subir com a maré, ou o presente afogar o passado nos confins da obsessão que conecta os 3 personagens principais.




Um filme sobre companheirismo, lições, promessas. O diretor nos apresenta uma amizade com os personagens brilhantemente interpretados por Ray Liotta, Robert De Niro e Joe Pesci. Esse último, inclusive, é o destaque dessa sublime película ao nos entregar um personagem cômico, explosivo e imprevisível, que contracena com o paranóico papel de Liotta na trama, sendo ele o fio condutor dessa encruzilhada de delação e fidelidade à "família" que traz êxtase em viver, mas que indiretamente causa nele um desvio regado a drogas pra usar e vender.

O diretor conduz com maestria a cotidiana história dos mafiosos acompanhado de uma charmosa trilha sonora, criando assim um cenário onde o protagonista valorizado por saber manter segredo se vê encarando a mais pura das verdades: nosso mundo é monótono demais pra ele. E assim, ele desbrava os riscos do mundo do crime que o acolheu até chegada a hora de encarar a justiça dos homens, assim deixando em xeque sua fidelidade aos seus bons companheiros.

Por fim, o diretor escreve em nossas mãos o rumo que o filme tomará, mas ainda sim usamos essas mesmas mãos para cobrir nossas bocas quando o destino bate na porta. Ao final, o personagem de Ray Liotta é antagonizado por suas própria ações, o personagem de Joe Pesci acolhe o paraíso prometido e o de Robert De Niro sutilmente percebe onde isso tudo vai dar. Afinal, nessa vida só há duas saídas: prisão ou necrotério.... Certo?









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